A AUSÊNCIA PATERNA…

Não deveria gerar filhos, quem não quer dar-se ao trabalho de criá-los e educá-los.

Platão

Algo que me chama muito a atenção, nesses anos todos de observação e de atendimentos  chama-se “ausência paterna”.

Já vou logo avisando: sim, existem as exceções e conheço pais maravilhosos, muito presentes e comprometidos com seu papel e missão de SER PAI de verdade. São pais inspiradores que levam muito a sério essa missão sagrada e ao mesmo tempo, usufruem diariamente e profundamente das bênçãos e dádivas que advém da relação de Amor Verdadeiro com seus filhos. São pais que se divertem com eles, sentem as suas dores, dizem “não” com segurança e firmeza mas sempre de forma amorosa, são pais não abrem mão de estar todo o tempo possível com seus filhos pois sentem e sabem que o tempo passa muito rápido. Sabem que se não aproveitarem cada momento como um presente, correm o risco de mais adiante, se arrependerem e se tornarem amargurados pela culpa. Esses pais portanto, que são super conscientes e presentes para seus filhos, são capazes de abrir mão de muitas coisas e de ocupações menos importantes. Eles estão cientes de que existe uma “balança de valores” como eu gosto de chamar e que tudo precisa ser pesado nessa balança antes de nossas decisões, especialmente aquelas que envolvem a família e nossos filhos. Eles tem a clara noção de que temos o livre arbítrio porém esse significa que temos direito de escolher mas teremos de arcar com as consequências de nossas escolhas e atos. Eles tem conhecimento das Leis Universais e Cósmicas. Sabem que a Lei de Causa e Efeito funciona e nos rege. Esses pais sabem que tudo o que se planta, a gente colhe. Eles   ensinam essas leis aos seus filhos conversando mas essencialmente compartilhando e inspirando seus filhos através de seus exemplos, no dia a dia. Esses pais assim conscientes e comprometidos são verdadeiros professores, são de fato educadores fascinantes. Eles não são perfeitos, são humanos, porém, são humanos conscientes, lúcidos e dedicados a própria evolução e a de seus filhos, de sua família. Mas, não é dessas exceções que eu desejo falar, agora.

Porquê será que os homens com filhos tem tanta dificuldade de assumir o seu papel como pai? Quais são as barreiras que lhes impedem de enxergar e de entender a importância fundamental de sua presença na criação e formação de seus filhos? Consequentemente, não percebem sua crucial importância para o equilíbrio familiar e  social.

Queridos e amados papais, vocês são a espinha dorsal, literalmente, de uma família. Portanto, vocês são responsáveis por trazer estrutura, sustentação e equilíbrio a célula familiar. Por mais que vejamos milhares de mulheres cuidando e sustentando seus filhos após uma separação/divórcio, isso é anti-natural! Uma mãe, por melhor e mais dedicada que ela seja nunca conseguirá suprir as necessidades de um filho/filha que precisa nutrir sua natureza biopsicosocioespiritual das energias feminina e masculina. Isso é da natureza do ser humano. Assim como um pai por melhor que seja e se dedique, nunca conseguirá suprir o espaço que é da mãe. Claro que muitas circunstâncias da vida trazem esse tipo de desafio para famílias onde um dos dois ou até ambos vem a faltar. Mas, esses casos também constituem uma exceção. Aqui, desejamos chamar a atenção dos pais que vivem juntos e que não assumem nem ocupam seu espaço como papais. Aqueles que estão distraídos por excesso de trabalho (!!!) e por  toda a sorte de “ocupações” superficiais, secundárias e obsoletas como beber, fumar, olhar no celular, jogar vídeo game, assistir jogos de futebol, ficar no computador pelas mais variadas “razões” que não se justificam quando temos filhos. Filhos sempre deveriam ser a prioridade dos papais.

Se você não sabe como ser um pai ou mesmo um bom pai, busque ajuda com um terapeuta competente e com perfil humanizado, espiritualizado. Leia bons livros sobre o tema novas gerações e como educar filhos. Existem livros inclusive sobre como exercer a paternidade com mais consciência e amor. Procure conversar com pais que você observa e admira e troque ideias, busque inspiração. Se você não teve uma experiência positiva com seu próprio pai, tudo bem, saiba que você não é o único. Muitos de nós passamos por isso o que não é motivo para você se acomodar e simplesmente, repetir o modelo de seu pai. Mesmo quem teve experiência positiva com seu próprio pai também precisará rever alguns conceitos e padrões, ainda mais diante de crianças tão diferentes que estão nascendo, com necessidades tão distintas.

Casais em crise deveriam buscar ajuda e se comprometer em se ajudar mutuamente como parceiros não apenas de um casamento mas de uma jornada de evolução, aqui na Terra. Uma jornada onde viemos para realizar uma missão e um propósito. Se escolhemos uma companheira existe, tem de existir algo mais do que atração física, química sexual para vocês decidirem ficar juntos. É preciso evoluir para um estágio mais acima onde se faça planos de ter ou não uma família. Onde se assuma conscientemente um compromisso firme de fazer dar certo essa família, de não desistir nas primeiras dificuldades e desafios. Até porque são esses desafios que nos farão crescer, fortalecer nosso espírito e nosso vínculo com a parceira/parceiro e com os filhos, se estes já estiverem presentes. Hoje em dia, as relações se tornaram tão fugazes, facilmente destrutíveis e diluíveis por diferenças e conflitos que, se examinados à luz da verdadeira consciência, não se justificariam.

O pai tem a responsabilidade de ser um exemplo para seus filhos em termos de conduta na vida. Tem o dever de respeitar e honrar sua esposa/companheira e sua família seja no sentido mais concreto/físico de cuidar do sustento da mesma como no sentido ético, moral e espiritual. Quando um pai assume esse papel e se esforça, se dedica a realizá-lo da melhor forma, a cada dia, está contribuindo para a própria evolução individual assim como para o desenvolvimento saudável e a evolução de sua esposa e de seus filhos. A satisfação decorrente e a alegria de assim proceder é indescritível. Os frutos serão colhidos ao longo da caminhada ao acompanhar a jornada e o desabrochar de seu filho/filha.

Pais que abandonam sua esposa com filhos pequenos, às vezes, ainda com uma gestação em andamento, não tem noção da carga pesada e insuportável que estão delegando a mulher e às crianças. Pais que negam sua paternidade. Pais que renegam seus filhos negligenciando reiteradamente desde os cuidados mínimos que um bebê necessita e merece na gestação incluindo-se o respeito e os cuidados que a mãe merece e necessita para que ambos formem uma base de vida saudável. Pais que desaparecem fisicamente ou apenas emocionalmente, deixando absolutamente tudo ao encargo da mulher. Pais que se intimidam e assustam com a paternidade e se encolhem na concha de seus medos e inseguranças ao invés de buscar ajuda, apoio para si e para sua família. Pais que desejam impor sua vontade e sua opinião a todo custo e que, ou adotam a violência explícita ou praticam a tortura de forma mais sutil mas não menos dolorosa. Pais que se recusam a dialogar com a esposa, mãe de seus filhos e esses seus filhos, desde o ventre. Pais que abandonam tudo e se entregam aos vícios de drogas, de sexo, aos jogos, a criminalidade, a pornografia. Pais que adotam o cinismo e a vitimização como estratégias de fuga à responsabilidade.  O ônus será elevadíssimo principalmente, do ponto de vista emocional e espiritual. A desintegração familiar provoca também uma desintegração a nível energético, um dilaceramento forçado nos corpos mais sutis e fraturam o cordão de ligação, o vínculo afetivo e de alma. As consequências são muito dolorosas tanto no corpo físico quanto nos corpos sutis.  Se pudéssemos observar todos esses impactos atingindo nosso corpo eletromagnético, nossa aura ( campo energético), nossos corpos sutis…veríamos que os estragos são realmente profundos e devastadores. Já existem diversos estudos pelo mundo indicando que os filhos de pais ausentes tem muito mais problemas de ordem emocional grave e desvios de personalidade, desequilíbrios psíquicos que necessitarão de tratamento psicológico e psiquiátrico no futuro.

Como sabemos, nossa sociedade está caótica, adoecida e vivendo sob a ótica de valores totalmente invertidos a ponto de ter se tornado extremamente perigoso, uma verdadeira façanha sair de dia ou a noite para jantar ou para ir no supermercado, na farmácia ou mesmo para levar nossos filhos na porta da escola. Os sintomas de desequilíbrio humano e social estão em toda a parte e atingem todos nós independente de cor, raça, credo, time de futebol, partido político. Isso é um fato, uma constatação triste e trágica.

Como nós podemos começar a transformar tudo isso para nossos filhos, netos? Minha sugestão é: revendo nossos planos, nossos valores, nos autoconhecendo, autoavaliando e tomando outra direção, pois enquanto insistirmos em fazer as mesmas escolhas obteremos os mesmos resultados. Para RECOMEÇAR que tal repensar os papéis do pai , da mãe e da família em uma sociedade? Que tal refletir e buscar mais clareza quanto a sua missão e propósito de vida? Quem sabe você PAI decide assumir seu papel intransferível de guardião da sua família?

Desejo profundas e persistentes reflexões a todos, especialmente aos homens e aos pais!!!

Um abraço afetuoso,

Ingrid