Querida Ingrid, olá!

Eu tenho 35 anos, sou casada e estamos criando nosso filho, de 2 anos e 6 meses. Sou do interior e vim morar na capital quando casei.

Acabo de ler seu livro, “Adultos Índigos”. E já no primeiro capítulo as lágrimas rolaram, pois era como se me conhecesse e estivesse ao meu lado em todos esses anos de vida.

Sou espírita e conheci o assunto da nova humanidade através de uma palestra do Divaldo Franco, mas o real interesse veio há pouco mais de um ano quando meu filho deixou de ser bebê e eu precisei exercer o papel de educar e não só cuidar.

O meu filho, nessa fase de agora, exigiu que “autoridade” fosse praticada, foi então que comecei a ler sobre o papel dos pais, tendo em vista, que achava ultrapassada a maneira com que meus pais me educaram. Meu pai sempre falou pouco, exercia sua autoridade através do olhar e poucas vezes castigos. Minha mãe, quando perdia a paciência resolvia com o chinelo, a vara e gritos. Me sentia muito injustiçada, pois eu queria que me explicassem o por quê do “NÃO PODE, NÃO FAZ”. Mas não os culpo, nem tão pouco sinto qualquer sentimento ruim com relação a minha infância, seguiram o modelo que conheciam e deram o seu melhor. Hoje eu e minha irmã somos pessoas do bem, pois recebemos muito amor, carinho e principalmente bons exemplos de dignidade.

De qualquer forma, acho que com o meu filho as coisas devem ser diferentes e comecei a ler sobre educação infantil até que em uma de minhas visitas a livraria vi seu livro sobre Crianças Cristal, li, achei maravilhoso, identifiquei que meu filho não vibra exatamente nessa frequência, mas muito mais que isso, descobri o porque de eu, sim, sempre me achar diferente e de dizer: eu não sou desse planeta. E, de fato, não sou.

Por vezes, me sinto presa a esse corpo, tenho tanta energia dentro de mim que tenho vontade de explodir em luz. Me sentia sozinha e chorava cântaros no banho, sem saber por quê, ao final, pedia desculpas a Deus, pois não tinha motivo para tanta melancolia, afinal temos todos (que me cercam) saúde, trabalho, união e tanta gente sem nada disso ou com tudo isso mas em uma profunda pobreza de espírito.

Ao estar aliviada, pensava por quê então tanta angústia? Desde que iniciei a praticar yoga e frequentar a casa espírita, esses momentos passaram. Assim como meus medos também. Tinha medo dos espíritos, de ver, ouvir, porque sempre os senti. Trabalhar minha espiritualidade me traz um amor profundo e uma grande paz, já me disseram que logo poderei trabalhar de obreira na casa, e isso me deixa ansiosa, mas sei que preciso me preparar mais.

Logo que vim para a capital, me deslumbrei com uma vida de consumo, desde que passei a trabalhar minha espiritualidade, logo após ter me tornado mãe, sinto que os valores estão mudando, até meus hábitos alimentares tem se modificado. Meu dilema é que meu marido não aceita algumas de minhas mudanças, ele respeita, me acompanha na casa espírita algumas vezes, mas não quer mudar nosso padrão de vida. Tenho certeza que ele também vibra na frequência índigo, mas ainda não está preparado para entender.

Eu já troquei de emprego umas tantas vezes, inicio com todo o gás e logo me desinteresso, pois tudo fica igual. As pessoas só querem se dar bem, ganhar venda a qualquer custo, enganando os clientes, se corrompem por qualquer vantagem e eu me sinto suja no meio de tudo isso. Sempre procurei manter minha dignidade, mas ao enfrentar tais atitudes acabo brigando com superiores.

Atualmente trabalho em uma empresa pequena, com pessoas que parecem ser muito corretas e idôneas, mas meu brilho acabou. Após muitos conflitos internos, decidi que quero me gastar minha energia com as pessoas. Desde de que o meu filho começou a entender que eu o deixo em uma Escolinha e que não podemos passar o dia juntos, sair para trabalhar se tornou um fardo maior ainda, pois sinto que saio só para ganhar dinheiro e mais nada. Não é esse o legado que quero deixar para ele.

Gostaria do fundo do coração me dedicar a maternidade e aos novos estudos. Vou cursar pedagogia agora e no futuro ser psicopedagoga. Mas sofro pressão do meu marido que não quer baixar o padrão de vida, de minha mãe que não admite que eu dependa do marido e de minha irmã que diz que estou velha para recomeçar e que vou ganhar pouco.

“Os fantasmas” me dominaram por muitos anos, agora me deparei com um muro e preciso atravessá-lo, sinto que não tenho mais como fugir das decisões. Sinto medo de sacrificar mais do meu tempo com o meu filho, sinto medo de realmente estar velha para recomeçar, sinto medo de baixar o padrão de consumo, sinto medo, mas preciso ir, ainda me falta plantar a árvore e escrever um livro.

Não sei por quê expus tudo isso à você. Acho que me senti compreendida, como nunca antes. Desculpe tomar seu tempo. Não espero resposta, acho que escrever com o coração já foi o suficiente para enfrentar meus medos.

Vou começar a ler Uma Janela para os Pais e na sequência quero ler sobre as Crianças Índigo.

Um abraço e que seja um ano iluminado.

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